Descrição
Fachos de luz sobre covas rasas
Blanche de Bonneval seguiu uma intensa carreira acadêmica em geografia antes de aventurar-se pelo vasto e complexo continente africano. Por cerca de 25 anos, viajou de norte a sul, atravessando países de diversas culturas e realidades. Nesse período, acumulou uma vasta experiência sobre as complexidades políticas, sociais e geográficas do continente. Eventualmente, foi transferida para o Chade, onde sua jornada ganhou novos contornos.
O Chade, por sua vez, é um país árido, difícil de ser habitado e frequentemente marcado pela violência. Desde sua independência nos anos 1960, o país tem sido palco de inúmeros conflitos. Esses combates, muitas vezes sem sentido claro, trouxeram imenso sofrimento à sua população. Como resultado dessas lutas incessantes, o povo chadiano vive em um estado constante de tensão e incerteza. Entretanto, foi nesse ambiente adverso que Blanche encontrou algo surpreendente.
Curiosamente, apesar de todos os desafios, ela encontrou acolhimento, proteção e uma profunda amizade entre os chadianos. Durante cinco anos, viveu nesse território marcado pela dor e pela resistência do povo. Entre 1982 e 1990, o governo foi responsável pela morte de cerca de 40 mil pessoas. Além disso, muitas covas e fossas foram abertas, revelando o horror do regime. Contudo, o atual presidente parece seguir o mesmo caminho feroz e implacável de seus antecessores, perpetuando o ciclo de violência.
A autora convida os leitores mais corajosos a embarcarem nessa jornada desafiadora, lembrando que, mesmo sobre as Covas Rasas, brilham Fachos de Luz. Dessa maneira, a esperança e a paz podem, um dia, prevalecer. O caminho é árduo, mas a luz da esperança jamais se apaga, mesmo nas situações mais sombrias.
A autora
Nascida em São Paulo, Blanche de Bonneval obteve seu doutorado em geografia urbana e planejamento na renomada Sorbonne. Durante cerca de 25 anos, trabalhou em diversos países com contextos políticos e sociais extremamente conturbados, como os encontrados na África, na Ásia Central e na Rússia. Sua jornada pelo mundo a transformou profundamente, tanto pessoal quanto profissionalmente.
Ela se tornou narradora de suas próprias experiências, tanto pessoais quanto profissionais. Aliás, inspirada pelas palavras de Augusto Cury, “perdeu o medo de se perder nas palavras”. Sob o pseudônimo de Beatriz de Val d’Or, ela escreve seus livros, compartilhando histórias que sangraram profundamente nela e através dela. Suas vivências foram intensas e moldaram sua forma de ver o mundo.
Essas histórias, marcadas por desafios únicos, ocorreram, sobretudo, nos cinco postos mais importantes de sua carreira: Angola, Madagascar, Chade, Tadjiquistão e Rússia. De fato, são locais que exigiram resiliência e coragem, e ela os conta com a mesma intensidade com que os viveu. O impacto dessas experiências continua a moldar sua narrativa até os dias de hoje.