Descrição
Dezoito etnias à deriva AVISA AOS LEITORES
Queria dar aos leitores o seguinte aviso: optei por não revelar os nomes dos meus familiares, colegas, empregador ou instituições com que trabalhei. Aliás, nem revelo o meu próprio nome… Depois de notar que ficava mais fácil abordar certos assuntos pessoais, ainda sensíveis, como Beatriz de Val d’Or.
Permite uma certa distância, um certo desapego. Mas assino o livro com meu verdadeiro nome: ele é filho meu e tenho orgulho dele. Fui criticada por alguns amigos que achavam que eu tinha de escrever uma biografia com os nomes verdadeiros dos atores e instituições, doesse a quem doesse. Mas me mantive firme na minha posição. Por quê?
Porque o essencial do livro sou eu e a minha vida em Antananarivo. Outras pessoas e instituições que ali mencionei lá estão para dar uma ideia do meio em que vivia no trabalho e na vida pessoal. São para mim os meus cenários, um pouco como no teatro, indicam onde a peça está ambientada e vão mudando conforme o desenvolvimento do tema. Mas se em a sua importância, é a peça e seu enredo que são essenciais no livro.
Trato por esta razão com tranquilidade dos aspectos positivos e negativos que vivi tanto no meu trabalho no sistema das Nações Unidas quanto nas minhas relações com as embaixadas existentes. Sei que meu comportamento era considerado irreverente e rebelde — e às vezes, reconheço que era mesmo — mas nunca me abalei em demasia com as críticas. Sempre fiz o melhor que pude, confiei na minha intuição e tenho muito orgulho de nunca me ter deixado influenciar quando estava convencida de que minhas escolhas eram corretas.